Blog: diário de campo: escrevendo um pouco sobre a vida no campo

Olá leitores! Como prometido no blog anterior, irei fazer anotações de tarefas que realizo no campo.

Antes de escrever algo sobre o dia em uma fazenda, gostaria de recomendar algo. É a necessidade da vida espiritual, para que possamos entrar em comunhão. A noite, antes de dormir procuro buscar no meu íntimo (coração) o verdadeiro amparo e sentimento de conforto interior perante a Deus. Na mente, tentar analisar, detectar e agir conforme as necessidades, pois a consciência busca e de alguma forma, interpreta e realiza atividades. Uma consciência mais ciente de si mesmo, colabora para o seu exterior, ou para os outros, verdadeiras habilidades, fazendo de si, verdadeiros instrumentos humanos.

Duas frases remetem algo que considero importante: um versículo Bíblico e um trecho de uma música do cantor Zé Ramalho

Lucas 12:47-48

A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, muito será pedido.

Admirável gado novo – Zé Ramalho

“E dar muito mais do que receber”

Bom! Começando aqui a escrever, muitas de nossas tarefas no campo, pode ter o acertos e os erros. Muitos profissionais da área agrícola e da pecuária fala-se em taxa de acertos (Exemplo: tive 75%, 90% ou 100% de acerto em minhas atividades…) O que pude comprovar, é que esses acertos e erros provindas de ações humanas ocorre realmente. Outro exemplo é a recomendação agronômica na hora do plantio. É necessário conhecer o solo (textura, densidade, porosidade, compactação, drenagem etc) para que a planta alí plantada possa se desenvolver com suas potencialidades desejáveis. Um exemplo meu, é que já tive que transplantar plantas que não estavam se desenvolvendo de maneira prevista, pois o solo em determinada região, estava “duro” e as raízes não conseguiam desenvolver-se. (tive que retirar com ferramentas plantas já no solo e colocar em outro lugar propício).

Algo importante também é profundidade das covas na hora de plantar. O esforço de cavar covas de 50 centímetros por exemplo é grande, mas é um esforço necessário. Pode-se perder mudas para pomares inteiros por conta de covas com altura e largura erradas. Afinal, o trabalho exigido para corrigir um erro de profundidade e largura de cova é muito mais penoso de que obedecer as recomendações agronômicas.

Isso quer dizer que: com os acertos ou erros é possível corrigir ou melhorar, mas para isso, é necessário uma ação que exige esforço.

Com relações as atividades que faço no campo, me considero um ser que está aprendendo (vivenciando) em uma fazenda rotinas diárias. A parte teórica ajuda, o networking é necessário, ter acesso a livros e informativos é fundamental, buscar instruções é bom, mas estar dentro de um ambiente ou zona de produção de alimentos é perceber que somos instrumentos e co-participantes de um rede grande de colaboradores.

Por esses dias, tive a necessidade de buscar mais o lado da agricultura do que o da pecuária. Durante esses pouco mais de 2 anos cursando Zootecnia dei uma atenção maior nos estudos da área. A pecuária é muito diferente da agricultura. No entanto, a marca da Zootecnia em sua logo, faz essa relação. Que é o equilíbrio da produção vegetal e o da produção animal.

Durante esses poucos mais de 2 anos, onde tive a oportunidade de estar em uma propriedade rural com estrutura, pude acompanhar e de certo modo contribuir (voluntaria-se) para a criação de animais. Tive experiência em limpar cocho de água, fornecer ração para gado (de propriedade do meu irmão), consertar cercas, acompanhar vacinação, etc.

Com galinhas, tivemos sucesso em seu desenvolvimento em um pequeno galinheiro. Mas durante algum tempo, elas começaram a comer os próprios ovos. E posteriormente, algum cachorro (hipótese nossa) o comeram. Vamos ter que recomeçar criação. Eram apenas um galo e duas galinhas poedeiras.

Com cavalos, tive dificuldades em poder domar.Como não estavam sob meus cuidados, apenas o absorvei. Durante essas pouco mais de dois anos, nunca conseguir lançar os dois cavalos que lá se encontram. É difícil laçar cavalos no campo aberto! Os cavalos são animais que em sua biologia não são predadores, mas requer algo em sua alimentação e convívio para que eles possam ficar mansos.

Esse ano, comecei a fornecer a fruta jaca para os cavalos, e fui percebendo que eles começaram a ficar mais domesticáveis comigo e com meus familiares. Fui dando jaca toda vez que ia para a propriedade e certo dia conseguir laçar um dos cavalos de perto.

Falei com meu irmão para colocar um cocho que não estava tendo utilidade para os cavalos. Levei para esse local onde eles ficam. Foi uma espécie de Cross-fit levar esse cocho, percorri uns 200 metros no sol tinindo até deixar no local. Uma outra observação que pude constatar é que forneci capim braquiária picado junto com ração e eles comeram o capim picado (capim picado 2 dedos de comprimento da palha). Ou seja, misturei um pouco de ração (concentrado) com capim braquiária picado e eles se alimentaram.

Conversando com um tratador de cavalos, ele relatou que para o cavalo ficar mais dócil o bom é fornecer feno para eles.

Conseguir até montar no cavalo quinca sem sela!

Além dos animais, minha mãe faz questão também de levar plantas para a propriedade. E consequentemente, ajudo a plantar.

Observação: o texto que escrevo pode dar a impressão que sou eu apenas, mas por trás de tudo isso, existe muitas outras pessoas atuando.