Ceca recebe a Bioinsugram, primeira estufa agroecológica de Alagoas

A startup Bioinsugran inaugurou a Estufa Agroecológica Rafael Navas, na segunda (16), nas dependências do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A empresa desenvolveu um produto fertilizante, que remineraliza solos empobrecidos e controla pragas agrícolas, o pó de rocha “BTGram”. Já a estufa agroecológica, além de ser um espaço de experimentação agrícola, é uma solução tecnológica em si mesma.

A professora Regla Toujaguez, CEO da Bioinsugran e doutora em Ciências do Solo, explica que o diferencial do produto é ser um polimineral, que contém vários nutrientes. “Eles ficarão disponíveis para o solo e, consequentemente, para o crescimento de plantas e a produção de alimentos”, explicou.

A pesquisadora acrescenta ainda que o BTgram não passa por produtos químicos: “É cem por cento natural, pode ser utilizado na agricultura convencional e será de grande importância, em especial, para agricultura orgânica”, salientou.

O produto também promete considerável retorno comercial, dado o seu potencial como solução para grandes monoculturas de grãos como soja, trigo e milho. Outro foco é a criação de estufas agroecológicas feitas, para servir de solução tecnológica de baixo custo. O professor Juan Pablo Acevedo, doutor em produção vegetal e chefe de pesquisa da Bioinsugram, explica que “o modelo pode ser massificado, para pequenos produtores, como uma nova proposta produtiva, para garantir alimento principalmente em comunidades de baixa renda”.

O pesquisador colombiano observa que numa área de clima quente, como Alagoas, as estufas são usadas para evitar excessos invernais, como chuvas em demasia, tornando possível produzir o ano todo. Porém, são necessárias estufas com tecnologia para não concentrar excesso de calor.

A Estufa agroecológica Rafael Navas foi planejada com proporções e materiais adequados ao Nordeste brasileiro. “Levamos em conta critérios como altura, proteção contra mosquitos e quantidade de radiação solar permitida através do teto, para criar um ambiente propício às culturas desejadas, garantindo produção em um ambiente com todos os fatores controlados para uma proteção sustentável”, pontuou Acevedo.

E completa: “A estufa também serve de modelo com o um orçamento de baixo custo e reutilização de materiais como pneus, garrafões e bambu tratado, pallets e madeiras que o mercado usualmente descarta. Isso poderia dar uma resposta a pequenos produtores que não têm muito dinheiro e com poucas coisas podem criar estufas para produção de alimentos”, resumiu o cientista.

Foco

A Bioinsugran é uma das startups criadas na primeira edição do Programa Centelha, que investiu recursos do Governo de Alagoas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeal) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), além de recursos e apoio do Sebrae local e da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti-AL).

O professor Fábio Guedes, diretor-presidente da Fapeal, destaca: “Foi um esforço coletivo muito grande trazer para Alagoas um programa que permitisse que ideias inovadoras recebessem recursos públicos necessários para se transformarem em inovação tecnológica. Estou muito feliz de ver um resultado prático como essa estufa agroecológica.”

O reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, ressalta: “O papel da Universidade em garantir que a gente tenha competência técnica e transferir essa competência técnica para quem está no campo, precisando dela para produzir com melhor qualidade e para fazer chegar a nossa mesa e a nossa indústria.”

Saiba mais

O Programa Centelha atingiu mais de 70% dos municípios de Alagoas. Das 1.234 ideias inovadoras submetidas no Estado, 28 foram aprovadas, constituindo empresas contempladas com até R$ 57 mil em subvenção econômica, por meio da Fapeal, e seis meses de suporte ao desenvolvimento dos negócios.

As 28 startups foram pré-aceleradas pela Fundação Certi, de Santa Catarina, entre agosto e fevereiro deste ano, seguindo para mais seis meses de conclusão do projeto junto à Fapeal. Seis delas pertencem ao segmento FoodTech/Agrotech.

Fonte: Ufal

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