Pesquisa gera mapas de áreas suscetíveis e vulneráveis à erosão hídrica em Alagoas

Um estudo da Embrapa identificou e mapeou as áreas suscetíveis e vulneráveis à erosão hídrica do estado de Alagoas. Foram elaborados três mapas temáticos que poderão apoiar o setor produtivo e o poder público na tomada de decisão para priorização e seleção das unidades territoriais mais vulneráveis à erosão em programas de conservação, recuperação ou reiserção de áreas com potencial produtivo.

Os mapas de erobilidade, de vulnerabilidade e de suscetibilidade do solo à erosão hídrica de Alagoas, na escala 1:250.000, serão disponibilizados para a sociedade na plataforma Geoinfo, interligada à Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde), após a entrega ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O método, desenvolvido por uma equipe de pesquisadores e analistas da Embrapa Solos (RJ), formada por especialistas em ciência do solo, agrometeorologia, planejamento regional e agricultura digital, levou em consideração dois aspectos: a suscetibilidade e a vulnerabilidade do solo à erosão hídrica. Eles estão relacionados, respectivamente, à predisposição e ao risco de degradação dos solos nas áreas do estado.

“O primeiro expressa a suscetibilidade natural dos solos à erosão em sua ambiência, ou seja, considerando o relevo em que se encontram e as condições climáticas às quais estão submetidos. Dessa forma, por meio de modelagem conceitual baseada na interpretação especialista, realizamos a integração dos dados sobre a erodibilidade do solo, a declividade do terreno e a erosividade das chuvas para obter o mapa de suscetibilidade. O mapa de vulnerabilidade, por sua vez, ao integrar a suscetibilidade natural do solos com o nível de exposição destes à erosão, em função do uso agropecuário ou da cobertura vegetal natural, traz a noção de risco das áreas aos processos erosivos”, detalha o pesquisador Rodrigo Demonte.

De acordo com o analista Ricardo Dart, a plataforma Geoinfo, que disponibilizará para o público as informações e os dados espaciais produzidos pelo estudo, segue padrões seguros e de qualidade que possibilitam a preservação dos dados. “Ela e de grande valia para gestores de políticas públicas, possibilitando a geração de novas informações a partir das disponibilizadas e sua difusão para toda a sociedade”, declara.

Panorama da erosão em todo o Brasil

A pesquisadora Margareth Simões revela que a Embrapa Solos irá lançar, nos próximos meses, os mapas nacionais de vulnerabilidade e de suscetibilidade do solo à erosão hídrica. “A mesma metodologia será implementada para o processamento dos dados em todos os estados e no Distrito Federal, o que nos permitirá tornar disponíveis as informações sobre a suscetibilidade e a vulnerabilidade do solo à erosão hídrica, que é o principal fator de degradação das terras e da perda de potencial produtivo em todo o País”.

Os mapas originados pelo estudo mostram que, no estado de Alagoas, predominam áreas com muito baixa e moderada suscetibilidade à erosão (veja figura 1), embora exista uma concentração de áres de elevada erodibilidade natural, sobretudo aquelas situadas a oeste, no Sertão (veja figura 3).

De acordo com a pesquisadora, a condição de relativa suavidade do relevo no Sertão alagoano constiui o principal fator responsável por esse contraste, já que o relevo é um dos maiores controladores da erosão hídrica, neste caso, amenizando o efeito dos processos erosivos. “No entanto, as áreas de muito alta e alta suscetibilidade à erosão não são desprezíveis e se encontram dispersas em todo o estado, normalmente associadas aos locais de elevada erodibilidade natural e formas de relevo mais acidentadas”, revela.

Já quando o componente uso e cobertura do solo é integrado à suscetibilidade à erosão, observa-se a maior vulnerabilidade dos solos aos processos erosivos nas áreas agrícolas, como pode ser visto acima na figura 2, que mostra locais de muito alta vulnerabilidade à erosão que coincidem com as principais áreas de cultivo de lavouras anuais (milho, feijão e mandioca) e perene (fumo), localizadas especialmente no Agreste e na Zona da Mata alagoanos.

Em contrapartida, a oeste do estado, no Sertão alagoano, predominam as classes de vulnerabilidade baixa e moderada (figura 2), apesar da expressiva erodibilidade dos solos e da relativa suscetibilidade, muito provavelmente devido à maior proteção do solo pela vegetação natural de Caatinga e uso agropecuário menos intensivo em relação às áreas ocupadas com um agricultura mais intensiva.

Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/52750822/pesquisa-gera-mapas-de-areas-suscetiveis-e-vulneraveis-a-erosao-hidrica-em-alagoas

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